quarta-feira, 31 de outubro de 2012

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"Não mexa com quem está quieto." por Natalia de Oliveira

Olá leitores!!!
Como hojé é dia das bruxas, aqui vai mais um dos meus contos de Terror.


"Não mexa com quem está quieto"

     A hora da saída da escola era um caos de sons e cores. Os vários alunos da escola São Jorge no ABC paulista ainda estavam no portão, jogando conversa fora, era praticamente um ponto de encontro dos alunos de salas diferentes. Meninos, meninas, usando a camisa polo azul com o logo da escola, que compunha o uniforme da escola, conversavam é sombra das arvores da calçada, alguns esperando o ônibus, alguns esperando os pais, alguns só matando o tempo com os amigos.

     Larissa descia a escada que levava á calçada, um pouco atrasada por ter que resolver o problema com a passagem de ônibus na secretaria da escola. Já alcançava a calçada quando avistou Janaína e Pedro, seus amigos. Apressou o passo em direção á garota de cabelos loiros compridos que lembrava uma Barbie, e do rapaz magro e alto de cabelos castanhos claros.

     - Demorei? – Larissa disse aproximando-se da amiga.

     - Que isso. – ela meneou a cabeça.

     - Segura pra mim? – Larissa entregou para a amiga os cadernos e livros e tirou do pulso um elástico com o qual prendeu os longos cabelos negros.

     - Vamos indo? – Pedro disse um tanto impaciente.

     Larissa terminou de prender os cabelos, pegou os cadernos e os três começaram á caminhar pela calçada, se afastando da propriedade da escola, indo em direção ao ponto de ônibus.

     - Então, o que deu lá? – Janaina disse interessada.

     - Vou ter que fazer uma ficha nova para pegar as passagens, mas como eu não trouxe um comprovante de residência, vou ter que perder tempo na secretaria amanha de novo. Enquanto isso, - ela disse ao mesmo tempo em que pararam no ponto de ônibus. – vou pagar a passagem em dinheiro.

     Ouviram o telefone celular de Pedro emitir o alarme clássico de mensagens chegando e como sempre, Pedro se apartava do mundo quando isso acontecia. Ele pegou o telefone, se afastou um passo e começou á mandar e receber mensagens. As duas garotas começaram então á conversar sobre banalidades de jovens, sobre o cantor teen do momento e coisas assim. O ônibus chegou e aquele bando de pessoas entraram, como o ônibus ia em direção ao centro, ao terminal, onde cada um iria pegar o ônibus para seu respectivo bairro. Janaína e Pedro passaram o cartão magnético e Larissa pagou com suas moedinhas. As meninas se sentaram juntas e Pedro sentou-se sozinho num banco logo atrás, ainda mexendo no celular.

     - O que vocês vão fazer hoje á noite? – Pedro disse de repente.

     - Eu não vou fazer nada. – Janaína disse.

     - Hello! Prova de geografia amanha. – Larissa disse. – Não sei de vocês, mas eu tenho que estudar, mais uma nota ruim e meu pai vai tirar a internet.

     - O Marcelo chamou a gente para ir na casa dele hoje. – Pedro disse com o celular na mão. – Ele tava me mandando as mensagens, parece que ele encontrou uma coisa e quer mostrar pra gente.

     - Vamos! – Janaina disse animada, pois ele era doida por esse Marcelo.

     - Eu acho que não vou. – Larissa disse, também não gostava muito de Marcelo.

     - Por favor, vamos! – Janaina insistia.

     - Eu vou. – Pedro disse.

     - Ele vai. – Janaina disse por entre dentes, enfatizando o ele.

     Larissa olhou para Pedro e para Janaina. Bom, era mais uma oportunidade de ficar perto de Pedro e de dar uma força para a amiga que queria uma desculpa para ficar perto simplesmente do garoto mais bonito da escola.

     - Tudo bem, eu vou. Só espero que não seja mais uma sessão de filmes de comedia idiota como “Todo mundo em pânico”.

     Mudaram de assunto e em alguns minutos chegaram no terminal de ônibus. Se despediram e cada um foi para um lado e passaram a tarde em seus afazeres. Quando eram seis horas, quase noite, o telefone de Larissa tocou, era Pedro dizendo que já estava saindo de casa, que os dois se encontrariam no terminal. Janaina, como morava perto de Marcelo iria a pé.

     Beleza. Trocou de roupa, pegou sua bolsa e disse para a mãe que iria na casa de uns colegas. Pegou o ônibus e desceu no terminal. Pedro já esperava ela na plataforma, e como sempre acontecia quando os dois se encontravam sozinhos, sentiu um friozinho na barriga.

     - Oi. – ela disse e se cumprimentaram com um beijo estalado que só acontecia quando não tinha ninguém da escola perto.

     - Vamos que eu recebi uma mensagem da Janaina e ela já esta lá.

     Pegaram o ônibus e sentaram-se lado a lado, de mãos dadas. Sim, eles tinham alguma coisa, mas era escondido, um segredo interno que já existia á um tempo. Desceram no ponto de ônibus perto da casa de Marcelo e subiram a rua. Tocaram a campainha e Marcelo abriu a porta da casa. Marcelo era uma mistura de sangue italiano e japonês, o que o deixou um garoto de rosto exótico, de olhos puxados, verdes, cabelos negros lisos bem no estilo Keanu Reeves.

     - E ai? – ele disse cumprimentando Pedro com o costumeiro aperto de mão e um beijinho no rosto de Larissa.

     Ela olhou para Janaína e tentou ignorar o fato de que ela disfarçadamente limpava o batom borrado dos lábios.

     - Tudo bem? – ela forçou um sorriso.

     - Tudo ótimo. – ele sorriu e olhou de esguelha para Janaina que retribuiu o olhar com um sorrisinho infantil.

     Que ótimo.”, ela pensou. Todos entraram na casa que aparentemente estava vazia, os pais de Marcelo estavam viajando, ou seja, ali dentro ele fazia a festa. Foram conduzidos até a sala e enquanto caminhavam, Larissa puxou Janaina de canto e cochichou

     - O que ele queria mostrar pra gente?

     - Eu não sei, nos estávamos. . . ocupados no quarto dele. – ela disse baixo desviando o olhar.

     - Sei. – ela comentou.

     Continuaram o caminho ate a sala. Era um cômodo grande, com moveis de madeira antiga mas bem cuidada. Os objetos de decoração eram herança de família. Havia dois sofás no meio da sala com uma mesinha de centro redonda no meio, havia na mesa uns copos e um engradado de cerveja com 12 unidades.

     - Vão sentando e se ajeitando, eu vou pegar o negocio que eu achei e já volto.

     E saiu da sala deixando o trio. Pedro e Larissa se sentaram e um dos sofás e Janaina sentou-se sozinha no outro, claro, cada um com seu par.

     - Eu não to gostando disso. – Larissa sussurrou para Pedro.

     - Que isso, relaxa. – ele se inclinou e pegou uma latinha de cerveja. – Não seja tão. . . – ele hesitou.

     - Tão oque? – ela disse um tanto ríspida.

     - Chata. – ele completou. – Você sai uma vez na vida, outra na morte e quando sai fica com essa cara. – ele abriu a cerveja e tomou um gole.

     - Uma casa vazia, dois casais, birita. – ela contou nos dedos. – Se não for o que eu to pensando, então minha mente é muito poluída.

     - Por favor, dá pra vocês dois não atrapalharem tudo?! – Janaina disse olhando por cima do ombro e falando baixo. – Finalmente eu tenho uma chance com esse garoto e vocês dois não vão ficar de briguinha bem agora. Então será que dá, pelo menos uma vez na vida, para vocês serem duas pessoas normais? Obrigada!

     Pedro e Larissa ficaram calados diante dessa pequena explosão da amiga e Larissa mais do que Pedro, pois as duas era amigas desde que se conheciam por gente e ver que sua amiga brigava com ela por meia hora de amasso com aquele garoto idiota era mortificante.

     - Você é muito idiota. – Larissa disse com um tom decepcionado na voz.

     Ela tinha razão em dizer isso, pois além de conhecer a amiga, ela conhecia Marcelo, já ouvira esse texto antes e sabia por experiência própria que ele não valia nada quando se tratava de meninas e agora a bola da vez era Janaina. Não iria dizer uma palavra, se ela queria quebrar a cara, que fizesse isso sozinha.

     - Pronto. – eles ouviram a voz de Marcelo se aproximando da sala.

     Todos se viraram e viram ele aparecer na porta, trazia uma placa numa mão e um triangulo de madeira com um buraco no meio na outra mão. Ele tinha um sorriso no rosto quase infantil, como se tivesse descoberto um tesouro.

     - Vocês vão adorar isso. Tira as brejas da mesa. – ele disse para Pedro que rapidamente tirou as cervejas e as colocou no aparador ao lado.

     Com um movimento rápido, Marcelo colocou em cima da mesa a placa em cima da mesa. A placa era fina, quadrada, não muito grande, tinha o alfabeto impresso em arco em caligrafia medieval, números de zero á nove, a palavra sim numa extremidade e não na outra,  olá e adeus, além de vários símbolos exotéricos com pentagramas, luas, caveiras e outros símbolos que não conheciam.

     - Cara, isso é. . . – Pedro disse animado.

     - É sim. – Marcelo disse.

     - Onde você encontrou isso? – Pedro perguntou.

     - A minha mãe recebe uma caixas dos vizinhos com objetos e roupas para doação no bazar beneficente que ela monta de vez enquanto e isso aqui estava em uma das caixas.

     - Legal. – Janaina disse.

     Larissa se levantou, pegou sua bolsa no sofá e colocou-a a tiracolo.

     - O que você tá fazendo? – Pedro disse vendo Larissa se preparar para ir embora.

     - O que você acha que eu to fazendo? – ela respondeu ríspida. – Vou embora.

     - Mas. . .

     - Alguns de vocês tem consciência do é essa coisa? – disse apontando para a placa.

     - È uma tabua ouija. – ele disse lógico

     - Então sabe pra que ela é usada.

     - Claro que sei, e é demais. – ele sorriu animado.

     - Não, não é, é estupidez. – ela disse um tanto nervosa. – E eu que achava que uma suruba era o pior que ia acontecer hoje.

     - Sua amiga é meio esquisita. – Marcelo disse para Janaina. – Olha, eu li que é preciso quatro pessoas para mexer com essa coisa.

     - Foi por isso que você chamou a gente? – Larissa disse revoltada. – Eu devia saber.

     - Olha, - Pedro disse com voz amena se levantando também e se aproximando da Larissa.

     - É só um jogo.

     - Você sabia disso, não é? – ele deu de ombros. – Você sabe que eu não gosto dessas coisas.

     - Fica. – ele disse fazendo um olhar de “gato de botas” que ele normalmente fazia quando ele queria que ela fizesse algo que ela normalmente não faria em sã consciência.

     O olhar deu certo. Emburrada, ela voltou a se sentar, seguida de Pedro e disfarçadamente fez um sinal de positivo para Marcelo.

     - Bem, sem nenhuma interrupção se possível, vamos começar. - Ele colocou o ponteiro com o buraco no meio bem no centro da tabua. – Agora, todo mundo coloca um dedo encima do ponteiro.

     Janaina, Pedro e Marcelo rapidamente se posicionaram, mas Larissa hesitou.

     - Qual é? – Marcelo exclamou.

     Com um olhar nada contente, Larissa colocou o dedo indicador no ponteiro como os demais.

     - Muito bem, vamos todos nos concentrar. – Marcelo disse assumindo um tom de voz serio, que não combinava nada com ele. – A pergunta de praxe, “Tem alguém ai?”.

     Fez-se silencio mas o ponteiro não se mexeu.

     - Tem alguém ai? – ele repetiu, mais uma vez fez se silencio e o ponteiro não se mexeu.

     - Isso é uma besteira, eu vou embora. – Larissa disse e tirou o dedo do ponteiro.

     Nesse momento o ponteiro se mexeu, fazendo o barulho do atrito da madeira. Ele foi até a palavra não.

     - Viram isso? – Marcelo disse animado, Janaina estava com os olhos arregalados.

     - Você mexeu. – Larissa argumentou.

     - Eu não. – ele disse ofendido.

     - Acho que não quer que você saia. – Pedro disse.

     - Serio? – ela respondeu em tom irônico e o ponteiro se mexeu outra vez, indo para a palavra sim.

     Ela bufou e colocou o dedo no ponteiro de novo.

     - Beleza, - Marcelo disse agora com um sorriso triunfante. – Qual é seu nome?

     O ponteiro não se mexeu. Esperou mais um pouco e repetiu a pergunta, nada.

     - Talvez ele queira falar com uma menina. – ele ponderou. – Janaina?

     Com um sorriso ela se ajeitou e perguntou com sua voz fina.

     - Qual é seu nome?

     Nada.

     - Bem que ele podia dizer com quem quer falar, não é? – ela sussurrou para Pedro.

     Para sua surpresa, o ponteiro começou a se mexer pela tabua. L – A – R – I – S – S –A.

     - É  acho que ele quer falar com você. – Marcelo disse.

     - Tá brincando. – ela riu um tanto nervosa.

     - Faz as perguntas. – Janaina disse.

     - Não quero mexer com quem tá quieto!

     - Tenta!

     - Tá bom. – ela disse. – Qual é o seu nome?

     O ponteiro começou á se mexer pela tabua. Larissa observava tudo com olhos arregalados.  E no fim, surgiu a palavra ROBSON. Nesse momento ela soltou o ponteiro outra vez.

     - Isso é um golpe muito baixo, Janaina.

     - Eu não disse nada para ninguém, eu juro. – ela protestou.

     - Quem é Robson? – Pedro perguntou para a garota.

     - Quando eu era pequena, eu tinha um amigo imaginário, Robson.

     - Que coisa de nerd! – Marcelo exclamou totalmente sem tato e ganhou um olhar fulminante de Larissa.

     - Eu não me lembro muito bem dele, só me lembro que era grande, quero dizer, não era criança, mas não era adulto, era como a gente é agora. – ela hesitou e engoliu em seco. – Mas ele sumiu muito tempo atrás, depois que minha mãe me levou numa benzedeira.

     - Era um espirito? – Pedro disse mais animado ainda.

     - Eu não sei. – ela disse.

     - Vai falando com ele.

     - Como vou saber se isso é real? – ela disse. – E como saber se é o mesmo Robson?

     O ponteiro se moveu outra vez, SOU EU SIM.

     - Isso é demais. – Marcelo não se aguentava.

     - Se é você, onde esteve esse tempo todo? – Larissa perguntou.

     SEMPRE ESTIVE PERTO.

     - Que bom, você tinha um espirito na sua cola o tempo todo. – Pedro disse com um sorriso.

     - Muito bem, Robson, tem alguma coisa que você gostaria de dizer? – Larissa disse.

     SAIA DAI AGORA.

     - Oque?

     SAIA DAI AGORA, EU NÃO SOU O ÚNICO QUE QUER CONVERSAR.

     - Como assim? – perguntou intrigada.

     TOC TOC.

     Nesse momento ouviram o som de duas batinhas na porta. Os quatro se entreolharam assustados.

     - Alguém bateu na porta. – Janaina disse assustada.

     Marcelo se levantou e caminhou até a porta e a abriu. Não havia ninguém do outro lado.

     - Não tem ninguém. – ele exclamou da porta.

     Nesse momento, uma corrente de vento entrou pela porta, pegando os jovens de surpresa. Foi difícil para Marcelo conseguir fechar a porta com aquele vento, tanto que Pedro teve que correr para ajuda-lo. Quando os dois meninos voltaram á sala, se deparam com as meninas recolhendo os objetos que de alguma forma caíram das prateleiras, mas incrivelmente, a tabua ouija e o ponteiro nem se mexeram.

     - Tá bom, né? Eu acho que já deu. – Larissa disse colocando um vaso de volta na cômoda.

     - Claro que não, esse negocio de falar com o além é demais. – Marcelo argumentou.

     - Se você não reparou é comigo que esse povo quer falar, a questão, cabeção, é que eu não to a fim de falar com esse povo.

     - Quando eu pesquisei sobre essa tabua, eu li que eles escolhem a pessoa com maior poder psíquico da roda, no nosso caso, você. Qual é, sem você talvez não funcione.

     - Que desculpa esfarrapada é essa? – ela respondeu indignada. – Não existe essa coisa de fantasma, isso tudo é uma brincadeira arquitetada por vocês dois - ela apontou para Marcelo e Janaina. – somada á esse cara ser impressionável. – apontou para Pedro – Eu to dizendo, se tivesse algum fantasma aqui, ele não ia brincar de ABC numa tabua!

     Ouviram nesse momento um barulho em um ponto distante da casa, como de alguma coisa muito pesada caído no chão.

     - O que foi isso? – Janaina disse.

     - Shhhh. – Larissa disse. – Ouviram isso?

     Todos pararam para ouvir e notaram um som, vinha do andar de cima, era como passos andando para lá e para cá.

     - Você disse que não tinha ninguém aqui! – Pedro disse baixo para Marcelo.

     - E não tem. – ele se defendeu.

     O som dos passos começou á descer a escada e os quatro se entreolharam assustados.

     - Eu disse que não queria mexer com o que estava quieto. – Larissa disse.

     - Quieta! – Marcelo disse e começou á se afastar do grupo, em direção a cozinha, onde a escada estava fora do campo de visão de quem estava na sala. Ainda ficando á vista dos amigos, ele parou e olhou para a escada meio relutante. Então ele se virou para o grupo com um sorrisinho.

     - Não tem nada ali.

     Nesse momento um vulto passou atrás dele e as meninas gritaram. Era um vulto, uma sombra sem forma definida, mas era algo com certeza. Apavorado, Marcelo correu para onde os amigos estavam.

     - Mas o que foi isso?! – Larissa exclamou.

     Ouviram o som da madeira sendo riscada e olharam para trás, o ponteiro havia se movido sozinho e estava no olá. Ouviram então um grito horrível na sala, quase um urro animalesco. Que apavorou á todos.

     - Eu não sei de vocês, mas eu vou embora. – Pedro pegou Larissa pelo braço apertando forte e foi caminhando em direção da porta, arrastando a garota.

     Ele abriu a porta e saiu arrastando a garota pela rua.

     - Pedro. – ela dizia quase tropeçando. – Você tá me machucando.

     Ele estava muito estranho. Não dizia uma palavra e continuava arrastando a garota rua abaixo. Passando batido pelo ponto de ônibus.

     - Pedro! – ele continuava a arrastando. – O ponto de ônibus é ali atrás, Pedro!

     Então ele parou e jogou a garota de encontro á um muro de concreto e ficou na frente dela. Ele respirava de modo estranho. E havia algo como uma penumbra em seus olhos.

     - Pedro, o que você tá fazendo.

     - Aquele moleque idiota tinha razão, falamos através da pessoa com um poder psíquico maior, mas não era você, era o seu amiguinho. – a voz soou sussurrada, e não era a voz de Pedro.

     - Quem é você? – ela disse gelada dos pés á cabeça e recebeu uma risada sinistra como resposta.

     - Eu avisei para sair, você não quis, eu tive que fazer aquela cena.

     - Robson?

     - Temos assuntos inacabados. Você não devia ter deixado me expulsarem daquele jeito, sabe quanto tempo esperei que você abrisse uma brecha?

     - Eu não tenho nada, vai embora e deixa o Pedro em paz.

     - Por que não vamos dar uma volta, você e eu? – ele a pegou pelo braço novamente e continuaram á descer a rua.

     Desde esse dia, nunca mais ninguém viu Larissa nem Pedro. Muitos acreditaram que os dois fugiram juntos para se casar, mas Marcelo e Janaina achavam que algo havia acontecido com os dois depois de terem mexido com o que não conheciam.

    

 

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